Elandil observava as casas élficas construídas em simbiose com a enorme árvore. Estava sentado em um trono de madeira. Voltou-se ao invasor :
--- Então você vem às nossas florestas e tenta assassinar um de nossa raça... humano --- a última palavra saiu com um enorme desprezo pelo homem ajoelhado.
--- Mas ... mas...
--- Não pedi que falasse ! --- o elfo interrompe, levantando-se. Escondendo o corpo esbelto e musculoso, trajava uma impecável armadura verde e dourada com uma árvore trabalhada no peitoral. Uma coroa de madeira adornava os cabelos loiros e, em sua cintura, um sabre de lâmina marrom com alguns detalhes em um verde pulsante, denunciava o guerreiro que fazia papel de rei.
Se aproximou do homem, de mãos presas pela madeira retorcida, e levantou-o pela gola da camisa. Elandil o olhou nos olhos e disse:
--- O que fazia em meu território, inseto ?!
--- Eu... eu fui contratado... para... --- gaguejava de medo --- ... para capturar o elfo de cabelos escuros, senhor. Ele... ele roubou diversos nobres em meu país, senhor.
O que ele dizia era verdade. Nihallinael, o elfo de cabelos escuros, havia realizado uma série de roubos nos Reinos da Fronteira e os nobres contrataram um mercenário para dar cabo do ladrão.
Podia não ter o mesmo sangue que Elandil, mas ambos eram elfos. E, desde o início, com ou sem a guerra civil, elfos protegiam elfos.
--- E quem lhe deu a permissão de adentrar em meu território, pária, e ainda caçar um de minha raça?
--- Ninguém, senhor...
--- Ótimo... então sabes porque morrerá... --- Elandil saca seu sabre, fincando na barriga do mercenário. Do chão de madeira, raízes brotam enredando-se pelas pernas do mercenário. A cor da pele do homem passa do marrom para o cinza em poucos segundos. Momentos depois, o rei retirou a arma, deixando apenas a casca seca que antes fora o humano. Voltou-se para outro elfo:
--- Pai byr saji eir mysti kaelaelaer, Nihallinael. Os valaer eisi byr eilor os thol. Taji mesi sor aelael tysti sai tia shyraes’m aes.
(Não tome isto como uma gentileza, Nihallinael. Nossas raças não são aliadas ou amigas... apenas certifique-se de que esse evento chegará aos ouvidos de meu irmão.)
--- Pai byr shysia, Elandil. Ai shor taji mesi Varnilael cyrn os colaer... Sal o baesia tes.
(Não se preocupe, Elandil. Farei com que Varnilael saiba de sua bondade... muito obrigado.)
--- Byrn kai ! Ai’jh cali mysti kes aerys o sai si shysaes.
(Agora vá ! Alguns guardas vão te acompanhar até a fronteira.)
Nihallinael fez uma reverência ao rei e se retirou, dizendo:
--- Tae si mas ailestolari os maer !
(Que as estrelas iluminem seus passos !)
--- Tae si mel kedi os... --- respondeu, virando-se de costas.
(Que o sol guie os seus…)
Observava um grande vitral magicamente esculpido na parede de madeira do palácio sob as árvores. A imagem no vidro mostrava uma árvore com uma copa rica de folhas, a mesma imagem estampada em sua armadura, o brasão de sua raça, os Ellärin, também conhecido pelos povos comuns como elfos-das-árvores. Ao lado dela, havia também outros quatro brasões...
Uma árvore totalmente sem folhas, exibindo apenas os galhos secos. Eram os Fäerin, os elfos de cabelos brancos...
Uma lua, em sua fase crescente. Eram os Lómërin, os elfos-da-noite, raça de Nihallinael.
Uma árvore de ponta cabeça, lançando suas raízes vermelhas acima do solo. Eram os Käerin, os elfos de cabelos vermelhos...
E, por último, uma gota d’água azulada. Eram os Ethelärin, elfos que vivam próximos aos rios e mares.
Cinco raças... e uma guerra aparentemente interminável. Alianças eram tramadas e logo desmanchadas após cada batalha ganha ou perdida. Elandil questionava-se sobre o real motivo dos confrontos...
Mas... o mais importante era que com ou sem a guerra interna... todos eram um... todos eram elfos !
lol cara muito loko mas "Pai byr saji eir mysti kaelaelaer, Nihallinael. Os valaer eisi byr eilor os thol. Taji mesi sor aelael tysti sai tia shyraes’m aes."vc inventou?Õo
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